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segunda-feira, 30 de maio de 2016

Dia do Trabalhador Rural: 350 agricultores protestam em frente ao Congresso contra fusão de ministérios

No Dia do Trabalhador Rural, celebrado em 25 de maio, cerca de 350 agricultores familiares fizeram uma manifestação em frente ao Congresso Nacional. Eles são contra a fusão do Ministério do Desenvolvimento Agrário com o de Desenvolvimento Social, promovido pelo presidente interino da República, Michel Temer.
Para a quilombola Maria Nice Machado, de Penalva, no Maranhão, isso foi feito para tirar direitos conquistados pelas minorias. Por isso, defende que os agricultores protestem até que os ministérios voltem a ser independentes.
"Esse povo irresponsável, que quer destruir a nossa vida. Eu quero dizer para vocês que vamos tomar nosso ministério, todos os ministérios que foram excluídos."
Mas a principal reivindicação é a volta de Dilma Rousseff à Presidência da República. O coordenador-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Agricultura Familiar, Marcos Rochinski, diz que não reconhece o governo do presidente interino, Michel Temer.
"Esse governo não tem legitimidade para dialogar com a agricultura familiar porque não é um governo legitimamente eleito pelo povo. Então a principal expectativa que a gente tem em relação ao Congresso é que se reveja esse absurdo, descabido processo de impeachment."
Participaram do ato em frente ao Congresso dois deputados do PT, João Daniel, de Sergipe, e Padre João, de Minas Gerais. Nos discursos, ambos chamaram de "golpe" o afastamento de Dilma Rousseff da Presidência. João Daniel disse que é preciso continuar resistindo até a votação final do impeachment pelo Senado.
"A presença de vocês aqui representa uma presença de luta, presença daqueles trabalhadores e trabalhadoras que não aceitam esse golpe dado pela direita brasileira contra a classe trabalhadora."
O líder do PMDB na Câmara, deputado Baleia Rossi, de São Paulo, desqualificou as acusações de que o afastamento de Dilma Rousseff seja um golpe, alegando que é uma medida dura, mas prevista na Constituição. Sobre os protestos contra a fusão dos ministérios do Desenvolvimento Agrário e Desenvolvimento Social, disse que "são legítimos para o fortalecimento da democracia", mas que a decisão de unir as duas pastas não deve ser mudada durante a tramitação da medida no Congresso Nacional.
"Ao diminuir o número de ministérios, ele sinaliza claramente para a redução do gasto público, o que é fundamental para a gente voltar a ter credibilidade na economia. Agora, isso, no meu entendimento, não compromete em nada o sucesso de políticas públicas que o presidente Michel Temer já deixou absolutamente claro que vão merecer do seu governo toda atenção e carinho."
Outra categoria que também se manifestou nesta quarta-feira contra a fusão entre os ministérios de Desenvolvimento Agrário e Desenvolvimento Social foi a dos gestores municipais de assistência social. O principal argumento é que as ações voltadas aos pequenos agricultores não podem ser consideradas como de assistência social.
Reportagem – Ginny Morais da Rádio Agência Câmara

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