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quinta-feira, 14 de julho de 2016

CCJ tentará votar recurso de Eduardo Cunha nesta quinta

O ex-presidente da Câmara questiona o parecer aprovado pelo Conselho de Ética que pede a cassação do mandato dele. Reunião desta quarta da CCJ foi marcada opiniões divergentes entre deputados favoráveis e contrários a Cunha
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) se reúne hoje, às 9 horas, no plenário 1, em nova tentativa para votar o recurso do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) contra a decisão do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar de aprovar o envio ao Plenário do processo de cassação do mandato dele.
Nesta quarta-feira (13), após sete horas de discussões, os deputados contrários a Cunha não conseguiram vencer a obstrução daqueles que defendem os argumentos do ex-presidente da Câmara. O encontro de ontem foi marcado por opiniões divergentes sobre o parecer do relator, deputado Ronaldo Fonseca (Pros-DF), que acata uma das reivindicações de Cunha e recomenda o retorno ao Conselho de Ética do processo de cassação de mandato.
Alex Ferreira / Câmara dos Deputados
Reunião ordinária para julgar o recurso do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) contra a decisão, do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, de recomendar a cassação do seu mandato. Presidente da CCJC, dep. Osmar Serraglio (PMDB-PR)
Osmar Serraglio decidiu encerrar a reunião de hoje após "manipulação de horário" da eleição para novo presidente da Câmara
O presidente da CCJ, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), encerrou a reunião com o argumento de que o horário da eleição do novo presidente da Câmara, nesta quarta, estava sendo manipulado. "Vocês não ficam envergonhados ao ver a manipulação do horário da eleição no Plenário para seguir esse processo?", indagou o deputado, ao propor o adiamento na comissão. A sessão do Plenário estava inicialmente prevista para as 16 horas, depois foi adiada para as 19 horas e acabou, por fim, sendo iniciada às 17h30.
Repercussão
O adiamento na CCJ nesta quarta foi comemorado por aliados de Cunha e recebido com gritos de "vergonha" pelos parlamentares que queriam votar hoje o recurso. "Foi uma vergonha esse adiamento, todos os deputados estavam presentes e ninguém pediu essa medida", criticou Júlio Delgado (PSB-MG).

Luis Macedo / Câmara dos Deputados
Reunião ordinária para julgar o recurso do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) contra a decisão, do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, de recomendar a cassação do seu mandato. Dep. Alessandro Molon (REDE-RJ)
Para Alessandro Molon, adiamento foi mais uma "manobra" dos aliados de Cunha
"Marcaram essa reunião na CCJ hoje de propósito, para não ser possível votar esse processo. Se tivesse sido na segunda-feira (11), como inicialmente sugerido, não teríamos essa manobra", acrescentou o deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), líder de um dos partidos que protocolaram a representação que originou o pedido de cassação de Cunha.
Já o ex-presidente da Câmara, que compareceu novamente à CCJ, negou qualquer influência sobre a decisão do colegiado. Conforme o deputado afastado, as decisões contra ele é que estavam sendo manipuladas. "Eu não pedi ao presidente o adiamento, mas ficou claro que era necessário", disse Cunha.
O deputado Carlos Marun (PMDB-MS) voltou a defender que os parlamentares deveriam estar mais interessados na eleição do novo presidente e, por isso, a CCJ poderia ter encerrado sua reunião ainda mais cedo, sem a votação do recurso. "Essa é uma análise séria, regimental e que não deveria ser feita no mesmo dia de uma eleição", comentou.
Reportagem - Marcello Larcher
Edição - Marcelo Oliveira

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